quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

"Origens da Comunidade Makiyama"


A origem da comunidade Makiyama está de certa forma, ligada à introdução do Cristianismo no Japão pelo missionário português Francisco Xavier (posteriormente guindado à posicção de santo, ficou conhecido como São Francisco Xavier), que aportou em 1543, em Kagoshima, no extremo sul de Kyushu.

A partir de então, Francisco Xavier começou a pregar a doutrina cristã e a  expandir o Cristianismo no Japão, que no início foi tolerado e até incentivado por Oda Nobunaga (então o grande general japonês), com o intuito de reduzir o poder dos monges guerreiros budistas, seus inimigos.

Mas, uma doutrina que preconizava a igualdade entre as pessoas, que dava esperanças de alcançar a dignidade como pessoa ainda na terra, dirigida especialmente às classes oprimidas (lavradores, artesãos e pequenos comerciantes) só podia arrebanhar, rapidamente, um grande contingente de seguidores e por isso foi considerado, pelos detentores do poder, como uma séria ameaça.

Assim sendo em meados de 1587, Toyotomi Hideyoshi, ao contrário do seu mentor Oda Nobunaga, decretou a proibição da prática da religião cristã, promovendo em seguida uma ferrenha perseguição aos cristãos, tornando proscritos os missionários estrangeiros e confiscando todas as propriedades da igreja.

Nessa época, para identificar os cristãos, era utilizado um rito sumário, que ficou conhecido com "fumiê", que consistia em mandar o suspeito pisotear a imagem de Jesus Cristo ou da Virgem Maria.

Caso o suspeito se recussasse a fazê-lo, era considerado cristão, e sumariamente condenado. Nesta época, milhares de cristão foram condenados e executados.

Por volta de 1790, os cristão de Nagasaki, para escapar da perseguição, começaram a se refugiar nas remotas ilhas, próximas de Saga-ken, a oeste de Kiushu, um conglomerado de ilhas ao sul do Japão, entre as quais uma ilhota chamada "Madara-shima",que nem sempre consta do mapa geral do Japão.

A entrada de cristãos em Madara-Shima teve início através de um grupo de sete pessoas, liderado por um cristão de nome Kambee.

A partir daí, levas de cristão invadiram esta ilhota que ficou subdividida em duas comunidades: os Shinmura (novos habitantes, que eram os cristãos) e os Honmura (antigos habitantes da ilhota).

Os Shinmura foram obrigados a praticar a sua religião clandestinamente, por muito tempo. Para não serem apanhados, adotaram o costume de ocultar a imagem da Virgem Maria nas paredes da casa.

Até o sobrenome Makiyama foi adotado visando ocultar o nome original por temor a represálias do governo  imperial.
Consta que uma das famílias tomou a iniciativa de adotar o nome Makiyama e as outras famílias simplesmente copiaram-na. E assim, quase todas as famílias da comunidade Shinmura passaram a chamr-se Makiyama, não importando se eram parentes ou não .

O nome Makiyama derivou do fato de a ilhota Madara-shima ser ulitlizada, desde tempos remotos, como local de aclimatação de cavalos, trazidos do grande continente asiático, ou seja, a ilhota era uma espécie de um haras gigante (bokujo ou makiba em japonês). E como a ilhota é bem montanhosa (yama), com a junção dos caractres (kandis) que traduzem uma atividade e a topografia do local, resultou em: "Bokujo no Yama" ou "Makiba no Yama" que finalmente pela simplificação fonética ficou: Makiyama.

(Fonte: "Rincão do seu Kanari" , Shiroo Makiyama)

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